Dentro das festividades que abrem a temporada junina no Maranhão, na cidade de Rosário, berço do bumba-meu-boi de sotaque de orquestra, original, que tem em sua marcação rítmica o uso de instrumentos de sopros e cordas (banjo), será realizada a quarta edição da brincadeira do Boizinho de Cofo, idealizado por Allan Jorge, Bimba, Nato de Luba e Riba do Bar do Meio.
Os brincantes do Boizinho de Cofo irão se reunir neste domingo, 27, de meio-dia às 20h, no Espaço Cultural da Cecé (rua Cel. Augusto Rocha), do município. A programação contará com exposição de boizinhos de cofo (capoeiras e coros), guarnecê da vaqueirada e cantorias com diversos artistas.
Inclusive, haverá a participação especial do Mestre Chico Saldanha, natural de Rosário, que, embora tenha sido criado na Rua de São Pantaleão, Centro de São Luís, sempre enaltece suas raízes.

O boi de cofo, ligado à infância, é uma forma divertida de interagir com a cultura popular, bem comum nas cidades maranhenses de tempos atrás. De forma espontânea, as crianças faziam para brincar os seus próprios boizinhos, com palhas de palmeiras ou de milho, tecido, barbante ou qualquer outro material encontrado em casa ou na natureza.
A partir dessas memórias afetivas, o Boi de Cofo ressurgiu com essa iniciativa idealizada por Allan Jorge, Bimba, Nato de Luba e Riba do Bar do Meio, e apoio de mais outros amigos como o inesquecível Luiz do Rosário Costa (conhecido também como Luiz de Caboclo).
Tal como muitos rosarienses, eu mesma tenho essa referência a partir de histórias contadas pela minha tia Lúcia Maria e minha mãe, Maria de Lourdes, pois as mesmas brincavam de boi de cofo, junto de outras crianças, na época em que moravam com a família toda, na, antigamente, conhecida rua do Curral Velho, em Rosário.
A primeira edição do Boi de Cofo ocorreu na quarta-feira de cinzas de 2022, no Bar Maré Mansa, à beira do rio Itapecuru, reunindo dezenas de foliões e grandes músicos que compuseram a festa com maestria, entre eles, o cantador Manequinho e o cantor J. Santos. Em uma edição seguinte, houve uma homenagem a Manoel de Topa, cantador e compositor.
Todos convidados!
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Boizinho de cofo, eu hoje com 65 anos relembro minha infância no bairro de Santa Luzia, juntamente com minha vaqueirada mirim brincando nas noites de São João pelas ruas do bairro. Ali nós faziamos as apresentações para recebimento de prendas em moedas que iam para um cofre de lata, onde serviria para realizar a festa de matança do boizinho com direito a bebidas de Ki-suco de morando ou uva.